FeLV – O Vírus da Leucemia Felina
O Vírus da Leucemia Felina (FeLV na nomenclatura anglo-saxónica) é um oncovírus associado a doenças tumorais e imunossupressoras.
Os gatos infectados transmitem grandes quantidades de vírus na saliva; o vírus também está presente na urina, lágrimas e leite. A transmissão entre gatos ocorre durante a exposição a qualquer um destes fluidos, através de lutas, cuidado da pelagem ou partilha de taças de alimento e areão. As mordeduras são provavelmente a forma mais eficiente de transmissão do vírus, mas contactos prolongados com gatos infectados aumentam a probabilidade de outros gatos o contraírem. A transmissão pode ocorrer ainda, por via transplacentária e transmamária, pelo que gatinhos bebés podem ser infectados pela mãe.
Os sinais clínicos da doença não podem ser distinguidos daqueles descritos para o FIV, uma vez que dão sintomas gerais: febre, anemia, falta de apetite, perda de peso, infecções secundárias, etc. Contudo, o FeLV tem a particularidade de poder provocar doenças tumorais e o Linfoma é o tumor mais comummente associado.
O tratamento de gatos com FeLV passa por tentar controlar infecções oportunistas e controlar os sintomas, visto que não há um tratamento que elimine o vírus.
A prevenção pode ser feita através de vacina porém, é aconselhável separar animais FeLV positivos dos outros que o não são, visto que a vacinação pode não ser 100% eficaz. Antes de fazer a vacinação é conveniente fazer o teste, para saber se o animal já foi ou não infectado.
Apesar do aparente baixo risco de transmissão entre espécies, pessoas imunocomprometidas, incluindo mulheres grávidas e recém-nascidos, não devem ser expostos a animais com FeLV. Além disso, gatos doentes podem ser um reservatório de Toxoplasmose e Criptosporidiose, representando um risco inaceitável para pessoas com um sistema imunitário deficiente.
Um conselho Bola de Pêlo, amigos para sempre!
Joana Brito (Médica Veterinária)
2 comentários
Liliana Sofia
24/09/2019 at 02:01
Boa noite, tenho 2 gatos em casa que vão à rua ( porta de casa) sobre a minha vigilância. Entretanto apareceu uma gata e acabei por ficar com ela mas sem contato com os 2 gatos. Fica num anexo ao lado da minha casa. Descobri hoje que ela é portadora de felv. Estou preocupada porque vi o gato mais novo a cheirar lhe o nariz por 2 ou 3 vezes (fracção de segundos), porque nunca deixei terem contato. Será o suficiente para o gato ter contraído a felv? Obrigada
Bola de Pêlo
25/09/2019 at 14:50
Boa tarde Liliana.
Uma das formas de transmissão possíveis é através da saliva ou secreções nasais. No entanto, se o contacto foi assim tão breve, seria preciso muito azar para haver transmissão. Para ficar mais descansada, teste os seus gatos (não já – aguarde pelo menos um mês).
Joana Brito
Médica Veterinária