Moduladores de Comportamento Animal

Existem alguns comportamentos nos nossos animais que nos chamam a atenção, nomeadamente por serem novos ou por serem desadequados. Primeiro que tudo é importante perceber se a causa desse comportamento se deve a um problema de saúde ou não, pelo que é crucial aconselhar-se e ter o seu animal observado por um médico veterinário.

Moduladores de Comportamento Animal

05/03/2020 4
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Existem alguns comportamentos nos nossos animais que nos chamam a atenção, nomeadamente por serem novos ou por serem desadequados. Primeiro que tudo é importante perceber se a causa desse comportamento se deve a um problema de saúde ou não, pelo que é crucial aconselhar-se e ter o seu animal observado por um médico veterinário.

A distinção nem sempre é fácil ou directa porque o enquadramento do comportamento é muito importante e nem sempre o animal manifesta sintomas na consulta e/ou o dono se lembra ou considera relevante referir algum facto que pode ser preponderante.

A título de exemplo podemos citar as alterações na frequência e locais de urinar. O facto do seu animal estar a urinar onde não é suposto pode dever-se a muitos factores. É importante ter em conta a idade (poderá ser por ainda não ter controlo de esfíncteres ou por já ter essa capacidade diminuída, por exemplo), o estado reprodutivo (se é esterilizado ou não), as alterações no ambiente (poderá estar a querer chamar a atenção ou a marcar objectos novos), a frequência com que o faz (por exemplo uma infecção urinária poderá fazer com que a presença de mesmo pouca urina na bexiga constitua uma emergência e o animal não tenha tempo de urinar onde seria suposto), alterações na cor da urina e/ou no consumo de água que podem também ser indicadores de problemas de saúde.

Comportamentos agressivos, ansiosos, destruição de objectos, auto-traumatismo, alterações dos hábitos alimentares, alterações no urinar e /ou defecar podem ter mais do que uma origem. Uma vez descartadas possíveis causas de doença, deve encarar-se a questão comportamental. Geralmente a correcção /eliminação ou diminuição das causas, bem como a reeducação são fundamentais e por vezes podemos mesmo ter de recorrer a fármacos psicotrópicos. Um passo antes (e por vezes em conjugação) com essas medidas estão suplementos e dispositivos moduladores do comportamento. Existe já bastante oferta no mercado, adaptável às diferentes situações que se apresentam.

Existem difusores eléctricos (Feliway® – para gatos – ou Adaptil® – para cães) que libertam continuamente feromonas que os animais identificam como de bem-estar, aplicáveis a situações dentro de casa não pontuais. Há sprays das mesmas marcas, que também conferem um cheiro que os animais associam com tranquilidade e que se pode utilizar nos objectos que lhes estão próximos (como um cobertor, transportadora, brinquedos), para uma situação pontual como uma viagem ou uma consulta ao veterinário, por exemplo. Existem ainda comprimidos (Adaptil®, WeCalm®, Zylkene®) e rações (Royal Canin Calm®) que contêm moléculas que conferem uma sensação de bem-estar, frequentemente análogas às presentes no leite materno, e que podem ser ajudas preciosas para situações mais pontuais e previsíveis (no caso dos comprimidos) ou mais continuadas (no caso da ração).

Para os cães existem ainda coleiras – Adaptil®- para uso continuado (geralmente têm a duração de 1 mês), que ajudam a ultrapassar situações de stress e facilitam a aprendizagem dentro e fora de casa.

Para os gatos existe ainda um protocolo com pipetas para redireccionar o arranhar – Feliscratch® – reforçando positivamente que arranhem no arranhador e não nos móveis e objectos indesejados, aliando o cheiro das feromonas à marca visual simulada pela coloração do produto aplicado.

É importante conciliar sempre o uso destes dispositivos/suplementos com as correcções e/ou reeducações ou tratamentos da causa que despoletaram o comportamento indesejável.

Um conselho Bola de Pêlo, amigos para sempre!

Teresa Fonseca (Médica Veterinária)


4 comentários

  • Luís Matias

    28/05/2020 at 01:51

    Muitíssimo intessante este artigo da Dra. Teresa!!!

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    • Bola de Pêlo

      05/06/2020 at 19:38

      Muito obrigada pelo feedback!

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  • Francisco Ávila

    07/01/2021 at 12:19

    Bom dia,
    Tenho uma cadela Beagle com 10 semanas de idade. Ela é um bocado destruidora apesar de ter diversos brinquedos para roer (sendo que os ignora muitas vezes). Além disso, tem o hábito de nos morder as mãos, se bem que na brincadeira, sendo que pode, e por vezes acaba mesmo por apertar e magoar. Sendo que ela está numa fase importante de desenvolvimento, sinto que estes aspetos devem ser trabalhados desde já, pois preocupa-me um pouco se este comportamento for reincidente em idade adulta. Algumas dicas de como devo tentar trabalhar o seu comportamento? Tenho receio de ser demasiado rígido ou benevolente em determinadas situações.
    Muito obrigado pela atenção !

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    • Bola de Pêlo

      08/01/2021 at 14:43

      Boa tarde Francisco,

      a sua Beagle está na idade de mudar a dentição, e provavelmente por isso também, anda a ter os comportamentos que descreve com maior intensidade. Há técnicas e comportamentos (nossos) que podemos e devemos tomar para lhe mostrar que os comportamentos dela são inadequados. Ainda é um “bebé grande”, mas já tem capacidade de aprender.

      Sugerimos que marque uma consulta com o seu Veterinário para avaliar a sua menina e abordar as possíveis dicas que poderá pôr em prática, uma vez que os problemas comportamentais são demasiado complexos para serem analisados assim “à distância”.

      Teresa Fonseca
      Médica Veterinária

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