Fofis – Luxação Coxo-femoral

O Fofis, um cão de pequeno porte de raça cruzada, com 12 anos de idade, apresentou-se à consulta após uma queda da cama dos donos, que resultou na incapacidade de apoiar o membro posterior esquerdo. Como o Fofis apresentava desconforto à palpação do membro, foi sedado para podermos fazer o estudo radiológico do membro. Este evidenciou luxação anterior da cabeça do fémur esquerdo:

Fofis – Luxação Coxo-femoral

30/05/2017 2
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O Fofis, um cão de pequeno porte de raça cruzada, com 12 anos de idade, apresentou-se à consulta após uma queda da cama dos donos, que resultou na incapacidade de apoiar o membro posterior esquerdo. Como o Fofis apresentava desconforto à palpação do membro, foi sedado para podermos fazer o estudo radiológico do membro. Este evidenciou luxação anterior da cabeça do fémur esquerdo:

Nestes casos, podemos tentar a redução fechada da luxação; quer isto dizer que o membro é manipulado, com o animal sob anestesia geral, na tentativa de o colocar na posição correcta, sem recurso a cirurgia. No caso do Fofis, uma vez que já se encontrava sedado, esta manobra foi efectuada logo de seguida, e a luxação foi reduzida com sucesso e confirmada com nova radiografia:

Quando a redução destas luxações é bem sucedida, o membro afectado é depois imobilizado por meio de um penso que o mantém junto ao tronco, com a extremidade distal ligeiramente rodada para fora, obrigando o fémur a exercer mais pressão contra a cavidade acetabular em vez de se conseguir mover mais para fora. Desta forma impede-se o movimento de abdução. O animal fará o apoio em apenas três membros durante o período de recuperação. Os passeios devem ser controlados por meio de trela e o penso deve permanecer durante 4 a 7 dias. Mesmo após a remoção do penso de contenção e a confirmação de que a cabeça do fémur se mantém no sítio, os passeios devem continuar a ser limitados por mais duas semanas, de forma a prevenir recidivas.

A redução fechada deste tipo de luxações, embora seja a forma menos invasiva de resolver o problema, nem sempre é bem sucedida: a redução da luxação não é possível; a redução da luxação não é total; a luxação é possível mas com grande facilidade o membro volta a ficar luxado (por laxidão dos tecidos moles envolventes, por exemplo), o temperamento do animal não permite a imobilização do membro afectado comprometendo uma recuperação bem sucedida, etc. Assim sendo, estas situações deverão sempre ser bem discutidas com os donos dos animais de forma e optarmos sempre por aquilo que nos pareça melhor para o animal em questão.

No caos do Fofis, a redução foi bem sucedida e, embora ele não tenha mantido o membro imobilizado pelo tempo desejado, não houve recidiva da luxação e hoje encontra-se bem.

Joana Brito (Médica Veterinária)


2 comentários

  • Bruna

    21/10/2020 at 16:49

    Olá, o raio-x da minha cachorrinha está muito parecido com esse, e o médico disse que não tem outra forma a não ser cirurgia, hoje ela já estava andando melhor ainda não fez a cirurgia mas está apoiando um pouco a patinha e não está reclamando de dor mais, existe alguma chance do osso ter voltado para o lugar??

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    • Bola de Pêlo

      21/10/2020 at 21:00

      Cara Bruna,

      Acho difícil o osso voltar para o lugar sozinho, pois há sempre alguma inflamação dos tecidos adjacentes, o que dificulta a recolocação, mas não posso dizer que seja impossível. Deverá fazer novo rx para verificar essa situação. Caso o osso se mantenha luxado e a redução fechada da luxação não seja possível, terá mesmo que operar.

      Joana Brito
      Médica Veterinária

      Responder

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