Ansiedade de Separação

A ansiedade de separação é um distúrbio comportamental muito frequente em cães e levado muito a sério pelos seus donos, uma vez que pode ter grandes implicações na vida de ambos: um cão que destrói na ausência do dono vê-se fechado ou acorrentado sempre que fica só.

Ansiedade de Separação

10/10/2013 2
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A ansiedade de separação é um distúrbio comportamental muito frequente em cães e levado muito a sério pelos seus donos, uma vez que pode ter grandes implicações na vida de ambos: um cão que destrói na ausência do dono vê-se fechado ou acorrentado sempre que fica só. Por outro lado, um dono de um cão ansioso pode evitar sair de casa por saber que vai gerar ansiedade e desencadear um comportamento indesejado no seu animal.

É por isso de extrema importância que os donos saibam reconhecer uma situação de ansiedade de separação e, sobretudo, que consigam entender aquilo que desencadeia uma crise.

Convém saber que tudo aquilo que fazemos no dia-a-dia é retido pelos nossos animais, pois são mestres na interpretação da nossa linguagem corporal. Um cão que gane ou ladra e que não larga o dono nos momentos que antecipam a sua saída, sabe perfeitamente que vai ficar sozinho. Gestos tão simples como pegar na mala ou nas chaves do carro podem ser o “gatilho” de uma crise de ansiedade. Como donos, temos que ser capazes de identificar esses gatilhos e dessensibilizar o cão, para podermos ausentar-nos sem, por um lado, nos sentirmos culpados por deixar o cão sozinho e, por outro, não entrarmos em casa de coração apertado por não sabermos o que vamos encontrar: numa descrição de extremos pode ir de um simples cobertor roído à destruição completa de uma porta ou de uma parede, com o vizinho a ajudar porque se queixa que o seu cão não parou de ladrar o tempo todo.

Para fazer a dessensibilização devemos, depois de identificado o “gatilho” expô-lo ao cão sem que se dê o desencadeamento de acções que ele já está à espera que aconteçam. Por exemplo, se o cão reage ao barulho das chaves do carro: pegue nas chaves mas, em vez de sair, coloque-as no bolso, ou simplesmente coloque-as noutro sítio. Faça-o várias vezes e de forma aleatória, até que o seu cão deixe de reagir a esse ruído. Chegado a este ponto, pode acrescentar algo de positivo e prazeroso: ofereça biscoitos ou brinquedos dispensadores de comida, que deixem o seu cão ocupado e que lhe transmitam simultaneamente um sentimento de recompensa. Brinquedos como o Kong® são óptimos para esse efeito, porque o cão fica com algo para roer que o vai recompensando à medida que consegue dali obter comida. Outras medidas que deve adoptar são ignorar o seu cão quando ele anda muito à sua volta, fazendo de conta que ele não está ali; dedique 10 a 15 minutos de cada dia para colocar o seu cão separado da restante família, num local confortável e com algo de interessante para fazer (oferecer uma goluseima irresistível ou o brinquedo preferido). Assim, quando ele ficar sozinho, não irá associar esse facto a algo desagradável.

É claro que a resolução de problemas deste tipo nem sempre é fácil e por vezes é necessário associar medicação apropriada, pelo que deve consultar-nos caso tenha um problema parecido.

Um conselho Bola de Pêlo, amigos para sempre!

Joana Brito (Médica Veterinária)


2 comentários

  • Ednilson Claudio

    01/11/2013 at 14:33

    Importante informação,principalmente para quem esta fora praticamente dia e noite,o que nos leva a pensar um pouco antes de abandonar,nossos amigos.

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    • Bola de Pêlo

      01/11/2013 at 17:05

      Sem dúvida! Ter um animal deve ser um acto muito bem reflectido, pesando todos os prós e contras, cabendo-nos a nós, proprietários, tentar reunir o máximo de informação possível para proporcionarmos os melhores cuidados aos nossos amigos.

      Responder

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