Mel – Um caso de Entrópio

O Entrópio consiste numa rotação para dentro da margem palpebral (um parte dela ou toda), fazendo com que os cílios (pestanas) irritem a superfície conjuntival e a córnea. Esta situação é relativamente comum em determinadas raças como Shar Pei, São Bernardo, Cocker, Labrador, Bull Mastiff e Dog Alemão.

Mel – Um caso de Entrópio

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O Entrópio consiste numa rotação para dentro da margem palpebral (uma parte dela ou toda), fazendo com que os cílios (pestanas) irritem a superfície conjuntival e a córnea. Esta situação é relativamente comum em determinadas raças como Shar Pei, São Bernardo, Cocker, Labrador, Bull Mastiff e Dog Alemão.

Esta condição pode resultar de um defeito de desenvolvimento (origem primária) ou pode ser uma lesão adquirida associada a outro defeito ocular (origem secundária) que, devido à dor e desconforto que essa situação provoca, conduz ao tal enrolamento da pálpebra para dentro.

A Mel é uma cadela Bull Mastiff de 4 anos, que desenvolveu entrópio. Suspeita-se que no caso dela se trate de um entrópio secundário, pois a Mel apresentava também uma dermatite das pregas do focinho que possivelmente a levaram a coçar-se, provocando irritação e edema locais que levaram a pálpebra a inverter-se. Secundariamente a esta situação, a Mel desenvolveu uma úlcera da córnea, devido à irritação causada pelos cílios palpebrais.

A par do tratamento farmacológico da úlcera da córnea, a Mel foi submetida a uma pequena correcção cirúrgica do defeito palpebral e que consiste na remoção de uma pequena porção de pele em forma de meia lua, por baixo da pálpebra afectada, e posterior encerramento do defeito com pontos. Esta técnica vai puxar a margem palpebral para baixo, de forma a que deixe de haver contacto da mesma com a parte interna do olho.

Joana Brito (Médica Veterinária)

 

 

Entropio (1) red

Fig. 1 – Aspecto cirúrgico após remoção do excesso de pele.

 

Entropio (2) red

Fig. 2 – Detalhe da porção de pele retirada, em forma de meia-lua.

 

Entropio (3) red

Fig. 3 – Aspecto final, após sutura do defeito cirúrgico.


2 comentários

  • Érica

    09/04/2018 at 00:44

    Adorei a matéria! Vou precisar fazer no meu cachorro da raça American Bully e estava muito preocupada… Tirou um pouco das minhas dúvidas. Muito obrigado!

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    • Bola de Pêlo

      09/04/2018 at 13:51

      Cara Erica,

      Ficamos satisfeitos por saber que este tipo de informação é útil e que serve para apaziguar as inseguranças dos donos em relação a determinados procedimentos que podem inspirar mais preocupação. Desejos de que tudo corra bem com o seu menino!

      Joana Brito
      Médica Veterinária

      Responder

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